Quais são os principais indicadores financeiros da empresa?
Indicadores financeiros são métricas usadas para analisar o desempenho das finanças de uma empresa. Eles servem como referência para a tomada de decisão dos gestores e permitem mensurar o quão rentável e lucrativo é um negócio.
Você sabe quanto o seu negócio gera de lucro, quais são os seus custos e se as finanças da empresa estão no azul? Essas e outras questões são respondidas pelos indicadores financeiros, que permitem avaliar o desempenho das suas finanças.
As métricas mais famosas são o faturamento e a margem de lucro, mas existem muitos outros fatores a serem considerados para avaliar a saúde financeira do seu negócio. Por isso, é importante ficar de olho nesses resultados e acompanhar sua evolução.
Neste artigo, vamos conhecer os principais indicadores financeiros e aprender a calculá-los. Continue lendo e domine mais essa habilidade para gerenciar seu e-commerce! 📝
O que são indicadores financeiros?
Indicadores financeiros são métricas usadas para analisar o desempenho das finanças de uma empresa. Eles permitem mensurar aspectos como lucratividade, rentabilidade, nível de endividamento, entre outros fatores que são fundamentais para a saúde financeira de um negócio.
Essas métricas também são chamadas de KPIs (Key Performance Indicators, ou indicadores-chave de desempenho). De modo geral, são utilizadas para embasar a tomada de decisão na gestão financeira, uma vez que permitem avaliar se o negócio está sendo lucrativo e rentável.
Para os empreendedores de primeira viagem, é comum observar apenas as métricas mais conhecidas das finanças, como o faturamento e a margem de lucro. No entanto, essas informações não são suficientes para determinar se o negócio está tendo um bom desempenho financeiro.
Para se ter uma visão completa da área, é preciso avaliar os custos do negócio, sua capacidade de gerar lucro e o retorno gerado sobre os investimentos, por exemplo. É aí que entram os indicadores financeiros, que devem fazer parte de toda gestão estratégica.
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Qual é a importância dos indicadores financeiros?
Os indicadores financeiros servem como bússolas que guiam os empreendedores para tomar decisões certeiras sobre suas finanças. Isso porque, se os gestores se basearem somente em dados superficiais ou na própria intuição, o risco de ter problemas financeiros no negócio é grande.
Logo, as métricas trazem a confiabilidade necessária para avaliar o desempenho da empresa e direcionar as próximas ações da gestão. Elas revelam, por exemplo, se a empresa está conseguindo gerar caixa suficiente para cobrir seus custos e ainda gerar o lucro esperado.
Além disso, os indicadores financeiros mostram se a estratégia de precificação do negócio (pricing) foi aplicada corretamente, se os custos estão acima do planejado, se há espaço para um endividamento maior, entre outros aspectos essenciais.
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Quais indicadores financeiros acompanhar na empresa?
Agora que você entendeu a importância dos indicadores financeiros, vamos conhecer os mais importantes para acompanhar em seu negócio. Confira e vá anotando as fórmulas:
1. Faturamento (receita bruta)
O faturamento, ou receita bruta, é um dos indicadores financeiros básicos de qualquer empresa. Ele representa a soma de todos os valores obtidos a partir da venda de produtos e serviços, ou seja, o que a empresa ganhou com suas atividades principais.
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Avaliando o faturamento, é possível entender o desempenho das vendas em um negócio e sua capacidade de gerar caixa. Além disso, ele também é a base de cálculo de vários impostos recolhidos pelas empresas, como o PIS (Programas de Integração Social) e o Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social).
Para calcular o faturamento, basta multiplicar o preço de venda dos produtos ou serviços pelo total de unidades vendidas no período escolhido, seguindo a fórmula abaixo:
Faturamento bruto = Preço de venda x Quantidade vendida
Por exemplo, imagine que uma loja virtual de roupas vendeu 300 peças em um mês, sendo:
- 50 calças de R$ 180 (faturamento de R$ 9 mil);
- 25 vestidos de R$ 120 (faturamento de R$ 3 mil);
- 180 blusas de R$ 70 (faturamento de R$ 12.600);
- 45 shorts de R$ 100 (faturamento de R$ 4.500).
Nesse caso, é só multiplicar as quantidades pelos valores para chegar no valor total de faturamento de R$ 29.100. Lembrando que faturamento é diferente de lucro, pois não são considerados os custos da empresa no cálculo.
2. Lucro bruto
O lucro é o que toda empresa busca para prosperar no mercado, pois se trata do dinheiro que sobra das vendas após a dedução de todos os custos. Ou seja: é o ganho real que o negócio obtém com suas atividades, que será distribuído aos sócios (por meio do pró-labore) e investido no crescimento da organização.
No caso, o lucro bruto é o faturamento da empresa menos os custos variáveis — custos que variam conforme o ritmo de vendas, como o valor das mercadorias adquiridas de fornecedores, despesas de estoque, comissões de vendedores etc. Ele é calculado por meio da seguinte fórmula:
Lucro bruto = Receita total – Custos variáveis
Por exemplo, vamos supor que a loja de roupas do exemplo anterior tivesse as seguintes despesas variáveis:
- R$ 12 mil de compras de fornecedores;
- R$ 3 mil de comissão dos vendedores;
- R$ 2 mil de despesas logísticas (fretes, devoluções, armazenamento etc.).
Logo, o cálculo ficaria assim:
Lucro bruto = R$ 29.100 – (R$ 12 mil + R$ 3 mil + R$ 2 mil)
Lucro bruto = R$ 12.100
💡 Saiba mais: O que é payback e como calculá-lo?
3. Lucro líquido
O lucro líquido é o valor que sobra do faturamento da empresa após a dedução dos custos variáveis e também dos custos fixos — custos que não variam conforme as vendas, pois são necessários ao funcionamento da empresa, como aluguel, folha de salários e contas mensais em geral. O cálculo é feito a partir da fórmula:
Lucro líquido = Receita total – Custos totais (fixos e variáveis)
Tomando novamente a loja de roupas como exemplo, vamos supor que os custos fixos do mês tenham resultado em R$ 3.700 (R$ 1 mil de aluguel do espaço de estoque e escritório, R$ 200 da mensalidade da plataforma de e-commerce, R$ 500 em contas e R$ 2 mil de salário do funcionário). Assim, a conta ficaria da seguinte forma:
Lucro líquido = R$ 29.100 – (R$ 3.700 + R$ 12.100)
Lucro líquido = R$ 13.300
Ou seja: depois de deduzir todos os custos, o empreendedor tem um lucro real de R$ 13.300.
4. Margem de lucro
A margem de lucro é uma porcentagem adicionada aos custos de um produto ou serviço que determina o quanto a empresa vai lucrar com sua venda. Ou seja: é o valor que o empreendedor precisa acrescentar ao preço de venda para ter lucro e prosperar. Sua fórmula é:
Margem de lucro = Lucro bruto ÷ Faturamento x 100
No exemplo anterior, a margem de lucro da loja de roupas seria:
Margem de lucro = 12.100 ÷ 29.100 x 100
Margem de lucro = 41%
Nesse caso, como a margem de lucro do e-commerce fica entre 20% e 50%, é um ótimo resultado.
💡 Saiba mais: O que é ponto de equilíbrio e como calcular?
5. Margem de contribuição
A margem de contribuição é um indicador financeiro que mostra se a empresa está gerando receita suficiente para cobrir seus custos e gerar lucro. Ela é calculada a partir da seguinte fórmula:
Margem de contribuição = Lucro líquido ÷ Faturamento x 100
Logo, no nosso exemplo da loja de roupas, temos:
Margem de contribuição = 13.300 ÷ 29.100 x 100
Margem de contribuição = 45%
No caso, a margem de contribuição é diferente da margem de lucro porque leva em conta os custos fixos da empresa. Então, essa porcentagem representa a contribuição que cada produto tem no pagamento de despesas essenciais do negócio.
Caso você tenha ficado com dúvidas sobre como calcular a margem de contribuição dos seus produtos, nós separamos esta calculadora de preços que pode te ajudar.
Também criamos um modelo de DRE (Demonstrativo de Resultado do Exercício) de contabilidade no Excel, um documento essencial para acompanhar o balanço financeiro de uma empresa.
6. Capital de giro
O capital de giro é o indicador financeiro que pode ser comparado ao combustível da empresa, pois, sem ele, é impossível manter o funcionamento do negócio. Na prática, é uma reserva em caixa que garante o pagamento das contas até que entre o dinheiro das vendas.
Basicamente, se formos pensar no funcionamento de um carro, há modelos que conseguem rodar diferentes quilometragens com 1 litro de combustível. Quanto maior a quilometragem que esse automóvel conseguir rodar, maior será a sua eficiência, certo? Por conta disso, menores serão os custos com combustível durante a jornada.
Ou seja, quando falamos de capital de giro, temos empresas que conseguem performar mais e melhor, no sentido de lucratividade e rentabilidade, consumindo menos caixa. O objetivo é manter o capital de giro o mais enxuto possível, evitando recorrer ao crédito para aumentá-lo.
💡 Saiba mais:
- Empréstimo para e-commerce: quando o financiamento é útil?
- Como conseguir um empréstimo para abrir uma empresa?
Para calcular seu capital de giro, você precisa ter em mente que há duas possíveis categorias de produtos: os geradores ou tomadores de caixa.
Um produto é chamado “gerador de caixa” quando o valor da sua venda entra em caixa antes mesmo de o produto ter sido pago ao fornecedor. Já no caso do produto “tomador de caixa”, é preciso, primeiro, arcar com os custos do produto, estocagem e, por fim, o dinheiro da venda virá no futuro — o mais usual nas lojas virtuais.
Para muitos empresários, é comum sentir que o valor das vendas nunca entra em caixa e que até estão vendendo e não vendo a cor do dinheiro. Muitas vezes, é no capital de giro que podemos encontrar a solução desses problemas.
Por conta de todos esses fatores e de sua importância, separamos esta planilha de capital de giro para te ajudar:
7. Ponto de equilíbrio operacional
O ponto de equilíbrio operacional é o momento em que a empresa consegue igualar suas receitas e despesas. Ele revela ao empresário quanto ele precisa faturar no mês para pagar todas as contas e, assim, começar a gerar lucro líquido.
Com o cálculo do ponto de equilíbrio, o lojista terá um maior controle dos seus números e uma maior clareza quanto às suas metas. Para calcular esse indicador, basta seguir a fórmula abaixo:
Ponto de equilíbrio operacional = Custos fixos ÷ Margem de contribuição
Portanto, se nossa loja virtual tem custos fixos de R$ 3.700 e margem de contribuição de 0,45, o cálculo fica assim:
Ponto de equilíbrio operacional = 3.700 ÷ 0,45 = R$ 8.222,20
Ou seja, a empresa precisa faturar, no mínimo, R$ 8.222,20 no mês para pagar todos os seus gastos. E, para cada real que a empresa faturar acima deste valor, ela vai gerar R$ 0,45 de lucro.
💡Saiba mais: O que é amortização, tipos e como funciona?
8. Liquidez corrente
A liquidez corrente é um indicador financeiro que mostra a capacidade da empresa de arcar com suas obrigações em curto prazo. Para calculá-lo, precisamos entender dois conceitos:
- Ativo circulante: é todo bem ou direito que pode ser transformado em dinheiro rapidamente, como o saldo em conta-corrente e o estoque armazenado;
- Passivo circulante: é toda dívida que precisa ser paga em até um ano, como as contas a pagar de fornecedores e impostos.
Assim, para calcular a liquidez corrente, basta usar a fórmula:
Liquidez corrente = Ativo circulante ÷ Passivo circulante
Por exemplo, se nossa loja de roupas tiver um ativo circulante total de R$ 50 mil e um passivo circulante de R$ 30 mil, temos:
Liquidez corrente = R$ 50 mil ÷ R$ 30 mil
Liquidez corrente = 1,6
Se o resultado for maior que 1, significa que a empresa tem capital suficiente para pagar suas contas em curto prazo. Logo, nossa loja de roupas está em uma boa situação financeira em relação à sua liquidez.
9. Rentabilidade
A rentabilidade representa a capacidade de uma empresa de gerar retorno a partir de investimentos. Ela é medida por meio da comparação entre tudo o que a empresa recebeu e tudo o que foi investido nela, utilizando a seguinte fórmula:
Rentabilidade = Lucro líquido ÷ Investimento x 100
Supondo que o dono da loja de roupas que usamos como exemplo tenha investido R$ 20 mil na abertura do negócio, temos:
Rentabilidade = 13.300 ÷ 20 mil x 100
Rentabilidade = 66,5%
No caso, uma rentabilidade de 66,5% para uma empresa é considerada excelente, quando comparada a outros investimentos disponíveis no mercado financeiro.
Tudo certo sobre indicadores financeiros?
Ter controle dos indicadores financeiros é o caminho pelo qual as empresas conseguem superar os seus desafios e crescer de forma sustentável. Sem essa visão, nos encontramos em um cenário de incertezas e de pouca clareza para a tomada de decisões.
Desde avaliar a lucratividade até calcular a rentabilidade e o ponto de equilíbrio operacional, os indicadores financeiros são ferramentas indispensáveis para qualquer empreendedor que busca não apenas sobreviver, mas prosperar no competitivo mercado atual.
Assim, dominar esses números não é apenas uma habilidade, mas uma necessidade para aqueles que desejam construir um negócio sustentável e bem-sucedido.
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