O que é crossdocking e como implementar na sua empresa?
Crossdocking é um modelo de logística em que as mercadorias são enviadas pelo fornecedor diretamente para o centro de distribuição e, em seguida, para o consumidor final, sem passar pelo lojista. O objetivo é reduzir o tempo de armazenagem e otimizar o prazo de entrega.
Se você está pensando em vender pela internet, mas tem pouco espaço físico para estocar seus produtos; ou se você já tem uma loja virtual e não está satisfeito com os meios de entrega contratados, o crossdocking pode ser a solução para os seus problemas logísticos.
Ficou curioso para saber como? Então, continue a leitura! A seguir, vamos entender o que é crossdocking, como funciona, ver exemplos, quais são suas vantagens e desvantagens, além de dicas de como implementá-lo. Vamos lá? 😉
O que é crossdocking?
Crossdocking é um sistema logístico que tem como foco o fluxo de mercadorias — e não a armazenagem delas. Por meio deste método, as encomendas são recebidas em um centro de distribuição (CD) especializado e, na sequência, preparadas para serem despachadas e entregues ao consumidor final.
Durante o processo, os pacotes são enviados, pelo fornecedor, diretamente ao centro logístico (sem passar pelas mãos do lojista). E, no CD, as mercadorias raramente ficam paradas por mais de três dias — a agilidade é o objetivo principal do crossdocking.
Assim, o centro de distribuição nada mais é que uma área de transição, onde as encomendas são transferidas de um transporte a outro: do veículo de entrada (inbound) para o veículo de saída (outbound).
Geralmente, nas grandes cidades, os transportes do tipo outbound são de menor porte, como os da Loggi, por exemplo. Isso facilita o deslocamento no trânsito, visto que veículos maiores têm acesso limitado dependendo do local.
O sistema de crossdocking é vinculado ao método de gerenciamento de estoque Just in time, que tem como princípio manter a menor quantidade de artigos em depósito. Logo, ele é ideal para lojas que vendem produtos sazonais, com validade e/ou com alta saída e recorrência, exatamente pela entrega eficiente.
💡 Saiba mais: O que é estoque sazonal e como fazer a gestão de mercadorias?
Tradução do termo “crossdocking”
A expressão “crossdocking” — em português, “cruzamento de docas” — foi inspirada na logística portuária: quando as encomendas chegam em navios, elas também são agilmente despachadas em veículos (do tipo outbound) organizados por região.
Como funciona o crossdocking?
Para recapitular o fluxo explicado anteriormente, confira abaixo o passo a passo sobre como funciona o crossdocking:
- O cliente faz um pedido na loja virtual;
- O lojista, que não tem o produto do pedido junto dele, verifica o pagamento e solicita o artigo ao fornecedor (Just in time);
- O fornecedor separa a mercadoria e encaminha-a ao centro de distribuição de crossdocking (veículo inbound);
- O CD repassa a encomenda para um transporte outbound, para que ela seja entregue ao consumidor final.
Quais são as vantagens do crossdocking?
Dentre os benefícios de fazer crossdocking, destacam-se três:
- Agilidade logística: por meio de um fluxo único entre fornecedor e CD e de rotas de entrega otimizadas, o despacho se torna muito mais eficiente;
- Dispensabilidade de um estoque: com o crossdocking, você não precisa de um espaço físico para armazenar seus produtos, nem de um operador de estoque;
- Custos baixos: por não precisar manter um depósito, os investimentos são direcionados a produtos que realmente têm saída (e que geram retorno – ROI).
Quais são as desvantagens do crossdocking?
Por outro lado, as desvantagens do crossdocking são:
- Sincronização: um simples atraso do fornecedor pode complicar toda a cadeia de suprimentos (o que provocará a insatisfação do seu cliente);
- Avarias: por não passar por suas mãos, as mercadorias podem ser enviadas com defeitos (o que ocasionará na logística reversa);
- Localização: antes de decidir fazer crossdocking, é importante compreender se a localização do CD está próxima da maioria do seu público-alvo. Caso contrário, as entregas poderão se tornar caras.
Qual é a diferença entre crossdocking e dropshipping?
Crossdocking não é o mesmo que dropshipping. O primeiro envolve um centro de distribuição, enquanto o dropshipping é realizado somente pelo fornecedor — ou seja, ele é responsável tanto por prover mercadorias, quanto por encaminhá-las ao consumidor final.
Caso tenha interesse no modelo de dropshipping, saiba que é possível trabalhar com ele a partir de uma integração automatizada entre a sua loja virtual Nuvemshop e os fornecedores internacionais do AliExpress, por meio do aplicativo Dropi.
💡 Saiba mais: Tudo o que você precisa saber sobre dropshipping
Exemplos de empresas que fazem crossdocking
Alguns exemplos de crossdocking são grandes empresas, como Mercado Livre e Amazon. Nesses casos, além do dropshipping, elas também possuem um centro de distribuição próprio para receber e armazenar mercadorias e agilizar as entregas ao consumidor final.
Quais são os tipos de crossdocking?
Agora que entendemos o que é crossdocking, é importante saber que ele possui três subdivisões em relação ao processo logístico, que são:
- Movimentação contínua: quando ocorre o fluxo direto de recepção e despacho, evitando o acúmulo de estoque (modelo tradicional);
- Movimentação consolidada ou híbrida: quando o CD espera a chegada de todos os produtos de um mesmo cliente para serem entregues em uma única remessa*;
- Movimento de distribuição: utilizado em B2B, quando o veículo outbound é carregado com matérias-primas para apenas uma empresa (FTL – Full Truck Load).
* A movimentação híbrida também pode acontecer quando são combinadas encomendas de diferentes clientes que moram em uma mesma região (otimização de rota). 🚚
Além das categorias de crossdocking, existem outros três aspectos que influenciam no processo logístico: os tipos de toque (quantas vezes os produtos são transferidos de um lugar a outro no CD), de horário de chegada e de saída (dos veículos inbound e outbound). Sobre isso, acompanhe os tópicos a seguir.
💡 Saiba mais: O que é B2B e B2C e qual a diferença entre os dois modelos?
Quais são os tipos de toque (ou stages)?
Há dois tipos de toque no crossdocking, que são:
- One-touch (um toque): quando os produtos são transferidos somente uma vez — do veículo inbound para o outbound;
- Two-touches (dois toques): quando as mercadorias são colocadas no picking (como uma área de espera) e, depois, são movidas para o segundo veículo.
Quais são os tipos de horário de chegada?
Os tipos de horário de chegada, por sua vez, são o concentrado e o disperso:
- Concentrado: quando há um horário específico para os veículos de inbound* realizarem entregas do centro de distribuição;
- Disperso: quando não há horários fixos.
* É importante se atentar a tal detalhe para que você possa informar seu fornecedor sobre os horários ativos do CD e não ocorram atrasos no despacho.
Quais são os tipos de horário de saída?
Por fim, os horários de saída também são de dois tipos:
- Restrito: bem como o concentrado do horário de entrada, possui limites em relação às saídas dos veículos de outbound;
- Não-restrito: quando não há horários específicos, desde que a carga esteja completa.
O que é prazo crossdocking?
Prazo crossdocking é o prazo de até 72h que o centro de distribuição tem para despachar as mercadorias ao consumidor final. Se este período for ultrapassado, geralmente são cobradas taxas de estocagem.
3 dicas para implementar o crossdocking
Se mesmo depois de colocar na balança as desvantagens do crossdocking, você decidir que vale a pena investir nele, então segue com a gente! Abaixo, descubra três dicas para implementar este sistema logístico no seu negócio.
1. Cuide da comunicação externa
Ao escolher um fornecedor e um centro de distribuição, atente-se às diretrizes de cada um — especialmente a tópicos relacionados aos custos e prazos de cada entrega por cidade, estado e/ou região.
Além disso, no que diz respeito ao contrato com o fornecedor, entenda como vocês poderão tratar da disponibilidade em estoque: se os produtos ofertados na sua loja virtual estão em falta ou se ele pode reservar uma quantidade mensal de determinados artigos somente para a sua marca, por exemplo.
💡 Saiba mais: Como escolher bons fornecedores para a sua empresa
2. Tenha um ERP
ERP, caso você não saiba, é um sistema integrado de gestão empresarial. Ou seja, ele vai te ajudar a sincronizar sua cadeia de suprimentos, organizando, assim, os produtos que são solicitados (pelo cliente e ao fornecedor) e enviados (pelo fornecedor e pelo centro de distribuição).
Essa é uma tecnologia de fluxo de informação ideal para quem precisa lidar com mais de um elemento em trâmites logísticos e fiscais.
Na Nuvemshop, oferecemos integração com os ERPs Tiny e Bling. Para conhecê-los, acesse a aba Gestão em nossa Loja de Aplicativos.
💡 Saiba mais:
- Como escolher um ERP para o seu e-commerce
- O que é Eccosys e como funciona esse ERP?
3. Faça um projeto-piloto
Projeto-piloto nada mais é do que realizar um teste antes de colocar, de fato, o sistema de crossdocking para rodar. Para isso, simule o processo de entrega: desde o pedido na sua loja virtual até a solicitação ao fornecedor e entrega da encomenda pelo centro de distribuição.
Com isso, você terá a chance de revisar a cadeia de suprimentos e otimizar os passos que forem necessários para brindar seu público com a melhor experiência possível.
💡 Saiba mais: Tudo sobre gestão de operações e logística
Tudo certo sobre o que é crossdocking?
Esperamos que, com este guia rápido, você tenha tirado suas principais dúvidas sobre o que é crossdocking e como funciona esse modelo de logística. Tendo a organização e a sincronização como pilares do processo, sua estratégia de envios tem tudo para dar certo!
Então, que tal colocar esse conhecimento prática e começar a agilizar as entregas da sua loja virtual? Crie sua loja virtual grátis com a Nuvemshop. É rápido, fácil e você não precisa de conhecimentos técnicos para começar a vender e lucrar! 💙