O que é plano de contas, para que serve e como criar o seu?

Ter um bom controle financeiro é essencial para manter um negócio gerando lucro e cumprir as obrigações contábeis das empresas no Brasil. E, entre tantos relatórios e documentos, um dos que podem ser mais úteis para o empreendedor é o plano de contas.

Isso porque ele não só facilita a organização e os registros das movimentações financeiras da empresa, mas também serve de base na hora de elaborar outros relatórios, como o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado do Exercício.

Mas, se você ainda tem dúvidas sobre esse assunto, não se preocupe! Faça o download gratuito da nossa planilha de controle financeiro empresarial e continue a leitura para conferir passo a passo como montar o seu plano de contas. Vamos lá?

O que é o plano de contas?

O plano de contas é uma lista organizada que registra todas as movimentações financeiras e econômicas da empresa. Cada conta é identificada e classificada por meio de um código específico, o que facilita o controle e a análise das atividades financeiras do negócio.

Isso porque qualquer empresa, seja ela física ou virtual, lida diariamente com uma série de transações, certo? São entradas e saídas no fluxo de caixa, aplicações financeiras, pagamento de fornecedores, impostos, contas a receber e várias outras.

Assim, o plano de contas é, basicamente, uma forma de organizar essas informações e agrupar as movimentações em categorias (ativos, passivos, receitas e despesas), permitindo um controle financeiro empresarial mais preciso.

💡 Saiba mais: O que é gestão de ativos e como fazer na sua empresa?

Para que serve o plano de contas?

Além de organizar o registro de todas as transações financeiras de uma empresa, o plano de contas também serve como base para elaborar outros relatórios contábeis importantes, como o balancete, o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE).

Isso porque o relatório apresenta as movimentações da empresa de forma clara e detalhada, o que garante um fácil acesso às informações na hora de puxar dados ou tomar decisões importantes sobre o planejamento financeiro do negócio.

Com o plano de contas em mãos, é possível, por exemplo, ter uma visão geral das entradas, saídas, contas a pagar e situação do patrimônio da empresa. Isso permite identificar áreas onde é preciso reduzir custos, ajustar o orçamento e evitar a inadimplência, preservando a saúde financeira da empresa.

💡 Saiba mais: Como fazer planejamento financeiro empresarial?

Quais são os tipos de plano de contas?

O plano de contas pode ser utilizado em diversas situações. Para isso, existem diferentes versões do relatório. Veja quais são as principais:

Plano de contas referencial

O Plano de Contas Referencial da Receita (PCRR) é um modelo criado pela Receita Federal que padroniza as classificações de contas e garante que as empresas sigam um padrão contábil ao enviar suas declarações fiscais.

É ele que permite, por exemplo, que as empresas informem adequadamente seus saldos na Escrituração Contábil Fiscal (ECF), que é obrigatório para empresas enquadradas no Lucro Presumido ou Lucro Real.

Plano de contas contábil

Já o plano de contas contábil é um pouco mais detalhado e oferece uma visão mais completa da situação financeira e patrimonial da empresa.

Esse modelo não necessariamente precisa seguir as regras do PCRR, mas deve seguir as principais normas contábeis, pois é o modelo utilizado para elaboração dos demonstrativos financeiros obrigatórios, como o balanço patrimonial e a demonstração de resultados.

Plano de contas gerencial

Por fim, o plano de contas gerencial é um relatório de uso interno para facilitar a gestão financeira do negócio.

Ou seja, ele pode ser personalizado conforme as necessidades da empresa, sendo mais enxuto ou mais detalhado, de acordo com o nível de informações que forem necessárias para manter o controle financeiro de cada organização.

Quais categorias incluir no plano de contas?

Antes de entendermos como criar um plano de contas, é preciso conhecer as categorias nas quais ele se baseia. Aqui, vale lembrar que, apesar de poder ser personalizado para cada empresa, na maioria das vezes, esse tipo de relatório segue uma estrutura comum que é dividida em quatro principais grupos:

Ativos

Os ativos são todos os bens que fazem parte do patrimônio da empresa, como estoque, investimentos financeiros, marcas, ações de outras empresas e até mesmo a sede da organização, caso seja um imóvel próprio.

Passivos

Por outro lado, os passivos são as dívidas e obrigações da empresa, geralmente, que devem ser pagas a terceiros. Alguns exemplos de passivos são empréstimos bancários, impostos a pagar e pagamento de fornecedores.

Despesas

Já as despesas são os gastos necessários para manter o funcionamento da empresa, como salário de colaboradores, compra de equipamentos, contas de água, luz e aluguel (no caso de lojas físicas) ou custos com a manutenção da plataforma de e-commerce (no caso de lojas virtuais).

💡 Saiba mais: Como melhorar a gestão financeira com a contabilidade de custos?

Receitas

Assim como os ativos, as receitas também representam saldo positivo. Ou seja, são todas as entradas no caixa da empresa. Isso pode incluir, por exemplo, as vendas de seus produtos ou serviços, rendimentos de aplicações e recebimento de aluguéis.

Se tiver dificuldade para identificar e organizar esses gastos, use nossa planilha gratuita de contas a pagar para te ajudar nessa tarefa:

Como montar um plano de contas?

Montar um plano de contas não é difícil, mas exige atenção em relação às etapas e à estrutura do documento. Veja passo a passo como fazer:

1. Liste todas as contas

O primeiro passo é fazer um levantamento de todas as contas e movimentações financeiras da empresa no período que vai ser analisado, como entradas e saídas de dinheiro, contas a pagar e bens de patrimônio.

Aqui, é importante ter atenção para não esquecer nada, pois isso pode interferir no resultado final e na hora de usar os dados para construir outros relatórios. Por isso, se você lida com muitas movimentações, a dica é usar um sistema de gestão financeira que te ajude a registrar e puxar esses dados de forma simples.

Na Nuvemshop, por exemplo, você pode criar a sua loja virtual grátis e contar com diversas ferramentas da nossa loja de aplicativos para te ajudar nessa tarefa, como o apps Tiny ERP e Omie.

2. Separe em categorias

Na próxima etapa, é preciso separar todas essas contas em categorias: ativos, passivos, despesas ou receitas. Aqui, é importante lembrar das definições para não confundir ativos com receitas e passivos com despesas:

• Ativos: bens que fazem parte do patrimônio da empresa;
• Passivos: dívidas e obrigações financeiras do negócio;
• Despesas: custos necessários para manter o funcionamento da empresa;
• Receitas: entradas de dinheiro no caixa da empresa.

💡 Saiba mais: Quais são os principais indicadores financeiros da empresa?

3. Organize a nomenclatura

O plano de contas é dividido em níveis e subníveis organizados por códigos numéricos. Por isso, também é importante organizar a nomenclatura de cada categoria de forma clara, para que seja fácil analisar as informações.

Geralmente, ele segue a mesma estrutura do balanço patrimonial, que tem a seguinte ordem:

• Ativos;
• Passivos;
• Despesas;
• Receitas.

Logo, as contas categorizadas como ativos, por exemplo, deverão constar em um subgrupo “1.1”, que está dentro do grupo principal 1 (ativos). Da mesma forma, o detalhamento de cada conta do subgrupo, segue a sequência “1.1.1” para o primeiro tópico, “1.1.2” para o segundo e assim por diante.

4. Monte a estrutura do plano de contas

Por fim, basta organizar todas as contas já devidamente listadas, categorizadas e nomeadas em uma estrutura hierárquica de acordo com os níveis de cada grupo. Veja um modelo:

1. Ativos

1.1. Imóveis

1.1.1. Imóvel A

1.1.2. Imóvel B

1.2. Investimentos

1.2.1. Investimentos no banco 1

1.2.2. Investimentos no banco 2

1.2.3. Investimentos no banco 3

1.3. Estoque

1.3.1. Mercadorias para revenda

1.3.2. Insumos

2. Passivos

2.1. Empréstimos

2.1.1. Empréstimo no banco X

2.1.2. Empréstimo no banco Y

2.2. Impostos

2.2.1. INSS

2.2.2. FGTS

2.2.3. Simples Nacional

2.3. Fornecedores

2.3.1. Fornecedor AB

2.3.2. Fornecedor AC

2.3.3. Fornecedor AD

3. Despesas

3.1. Despesas administrativas

3.1.1. Energia elétrica

3.1.2. Água

3.1.3. Internet

3.1.4. Correios

3.1.5. Salário dos funcionários

3.2. Despesas comerciais

3.2.1. Anúncios pagos

3.2.2. Brindes

4. Receitas

4.1. Vendas

4.1.1. Vendas à vista

4.1.2. Vendas à prazo

4.2. Aplicações

4.2.1. Rendimento de aplicação no banco 1

4.2.2. Rendimento de aplicação no banco 2

4.2.3. Rendimento de aplicação no banco 3

Aprendeu como funciona o plano de contas?

Os relatórios de contabilidade empresarial nem sempre são simples, mas fazem parte da vida de todo empreendedor. Por isso, esperamos que este conteúdo tenha tirado todas as suas dúvidas sobre o assunto e te preparado para criar o seu próprio plano de contas.

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