O que é slow fashion e qual é a diferença para fast fashion?

- Slow fashion é um modelo de negócio que propõe a produção sustentável de roupas, promovendo uma indústria têxtil mais justa, ética e responsável;
- Enquanto o fast fashion adota a produção em massa e o consumo acelerado, o slow fashion prioriza a qualidade, sustentabilidade e longevidade das peças. Além disso, o modelo slow prioriza a produção local em vez da global e promove o consumo consciente;
- Se você quer um exemplo de negócio slow fashion, conheça nosso case Andreza Chagas, uma loja virtual de jeans sustentável.
Dá para produzir roupas reduzindo o impacto ambiental, estimulando o consumo consciente e fortalecendo o mercado local? As marcas slow fashion estão provando que sim: moda tem tudo a ver com sustentabilidade!
O conceito significa “moda lenta”, em referência ao ciclo de vida mais longo das roupas e à desaceleração do processo produtivo. Ao contrário do fast fashion, que propaga o consumo rápido de tendências a preços baixos, o slow fashion defende a compra consciente de peças atemporais e feitas com responsabilidade socioambiental.
Neste artigo, vamos entender melhor como funciona o modelo de slow fashion, por que ele se opõe ao fast fashion e como implementá-lo em uma loja de roupas. Venha com a gente e inove no seu negócio de moda. 🧥
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O que é slow fashion?
Slow fashion, ou “moda lenta”, é um conceito de moda sustentável que propõe a produção e venda de roupas com respeito às pessoas e ao meio ambiente. Ele surgiu como resposta às práticas nocivas da indústria fast fashion, ou “moda rápida”.
No mercado da moda, adotar o conceito slow fashion significa utilizar materiais ecológicos, valorizar artesãos e designers locais, praticar o upcycling (uso de resíduos para fabricar novas peças), reduzir o impacto ambiental da confecção, entre outras práticas sustentáveis.
O objetivo é se opor à superprodução, ao desperdício e à exploração ambiental e humana da indústria fast fashion. Além disso, o slow fashion promove um estilo de vida mais ético, com menos consumismo e mais consciência.
O slow fashion também faz parte do “movimento slow” (do inglês, slow movement), que defende uma mudança cultural para desacelerar a vida cotidiana e reduzir impactos socioambientais. A tendência mais famosa desse movimento é o slow food, que resgata a produção e consumo de alimentos com qualidade e ética, em oposição ao fast food.
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O que é fast fashion?
Fast fashion, ou “moda rápida”, é um padrão de produção de roupas e acessórios em massa, com grande velocidade de confecção, consumo e descarte. As grandes empresas desse segmento produzem peças em tempo recorde, utilizando materiais de baixa qualidade.
O objetivo é renovar as roupas rapidamente para oferecer a tendência do momento a preços baixos, levando à produção de grandes quantidades de roupas não duráveis, que são descartadas rapidamente.
Basicamente, a fast fashion faz sucesso porque replica “a última moda do momento” a um valor acessível. No entanto, esse ritmo acelerado e massificado de produção tem inúmeras consequências socioambientais, como veremos a seguir.
Quais são os impactos do modelo fast fashion?
Apesar de popular no mercado de moda, o modelo fast fashion tem altos custos sociais e ambientais. Hoje, empresas desse segmento produzem cerca de 100 bilhões de peças de vestuário por ano — o dobro em relação a 2000. São mais de 3 mil peças por segundo, das quais 190 são produzidas no Brasil, segundo dados da consultoria McKinsey.
Essa indústria têxtil consome enormes quantidades de recursos como água e energia — a produção de uma única camiseta requer mais de 2.700 litros de água —, além de ser responsável por 10% das emissões globais de gases de efeito estufa, de acordo com a mesma pesquisa da McKinsey.
Outro ponto é que, devido à baixa durabilidade das roupas produzidas nesse modelo, elas não duram mais do que sete ou oito usos. O resultado é a geração de 92 milhões de toneladas de resíduos têxteis por ano no mundo, e 4 milhões de toneladas no Brasil.
Esses números impressionantes ficam visíveis nos lixões de roupas que se espalham pelo mundo, como a montanha de peças encontrada no Deserto do Atacama.
As peças descartadas pela indústria podem levar até 200 anos para se desintegrar. Além disso, as fibras sintéticas utilizadas na fast fashion dificultam a reciclagem e geram impactos ambientais graves, como a proliferação de microplásticos nos oceanos e no próprio corpo humano.
E o custo do fast-fashion não é apenas ambiental, mas também humano: a indústria emprega 75 milhões de trabalhadores fabris no mundo, dos quais apenas 2% ganham um salário digno para sua sobrevivência, de acordo com dados da Universidade George Washington.
Para manter um alto ritmo de produção e alta lucratividade, as empresas de moda rápida exploram mão de obra barata em países como Índia, Bangladesh e Paquistão. Os trabalhadores empregados recebem salários ínfimos, enfrentam jornadas extenuantes e, muitas vezes, trabalham em condições insalubres e perigosas — sem falar nos registros de trabalho análogo à escravidão e exploração de trabalho infantil.
Por todas essas razões, diversas marcas têm se afastado do conceito de moda rápida. Por exemplo, a Renner, uma das maiores redes varejistas de moda do país, vem adotando práticas de economia circular e rejeitando o rótulo de fast fashion.
Qual é a diferença entre slow fashion e fast fashion?
Enquanto o fast fashion adota a produção em massa e o consumo acelerado, o slow fashion prioriza a qualidade, sustentabilidade e longevidade das peças. Dessa forma, as roupas produzidas no modelo slow têm um ciclo de vida mais longo, enquanto a moda rápida é feita para ser consumida e descartada rapidamente.
Veja um comparativo entre as práticas nos dois modelos de negócio:
Característica | Slow fashion | Fast fashion |
Modelo de produção | Local, artesanal e em pequena escala | Rápida, industrial e em larga escala |
Ciclo de vida dos produtos | Longo, com peças feitas para durar | Curto, com tendências passageiras que incentivam o descarte rápido |
Qualidade das roupas | Alta, com materiais duráveis e sustentáveis | Baixa, com materiais baratos e descartáveis |
Sustentabilidade | Prioriza práticas ecológicas e éticas | Utiliza práticas de alto impacto ambiental e social |
Modelo de consumo | Consciente, envolvendo menor frequência de compras | Impulsivo e marcado pelo consumo acelerado |
Preços | Costumam ser mais altos devido à maior qualidade e aos processos de produção éticos | Os preços são baixos devido à economia com mão de obra e materiais |
Transparência da produção | Produção transparente, ética e rastreável | Produção muitas vezes obscura e com pouca transparência |
Estilo das roupas | Costuma ser mais atemporal e versátil | Segue tendências rápidas e sazonais |
Impacto social | Valoriza os trabalhadores, pagando salários justos e cumprindo normas trabalhistas | Frequentemente associado à exploração de mão de obra e desrespeito de normas trabalhistas |
Impacto ambiental | Reduz o impacto ambiental com práticas de reciclagem, transporte sustentável, upcycling e gestão de resíduos | É associada à alta emissão de gases de efeito estufa e uso intensivo de recursos como água e energia, além da produção de lixo plástico |
Qual é a origem do slow fashion?
A expressão “slow fashion” é creditada à designer e ativista Kate Fletcher, tendo aparecido pela primeira vez em 2007. Depois disso, o movimento ganhou notoriedade com a publicação do livro Overdressed: The Shockingly High Cost of Cheap Fashion (“Vestidos em excesso: o alto custo da moda barata”, em tradução livre), de Elizabeth L. Cline, em 2012.
No entanto, antes do surgimento do slow fashion, a moda sustentável já era discutida no mundo. Nos anos 1990, a tendência ecofashion era destaque em grandes veículos de moda, passando por grandes marcas como Emporio Armani e Stella McCartney.
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Vantagens do slow fashion
Agora que você conhece o conceito de slow fashion, confira as vantagens que esse modelo proporciona para empresas de moda:
Inovação
No mundo da moda, slow fashion é sinônimo de inovação. Isso porque, na busca por matérias-primas mais ecológicas e processos produtivos mais conscientes, as marcas investem mais em pesquisa e tecnologia.
Como resultado, surgem as fashiontechs, startups que usam a tecnologia para revolucionar a produção e a venda de roupas e acessórios. O estilista baiano Ed Carlos, por exemplo, criou as primeiras peças feitas com palha de licuri, uma palmeira nativa da caatinga brasileira — inovações que só o slow fashion proporciona!
Reaproveitamento de materiais
O slow fashion também traz os conceitos de reciclagem e upcycling, que promovem o reaproveitamento de materiais e resíduos no mercado de moda. Nesse modelo de produção, sua empresa não tem prejuízo com desperdícios e pode economizar com o reuso de peças e materiais.
Vantagem competitiva
As empresas que investem em slow fashion ganham vantagem competitiva devido à credibilidade no mercado. No Brasil, 87% dos consumidores preferem comprar roupas de marcas sustentáveis, de acordo com um estudo feito pela Koin.
O estudo mostra que os principais fatores que influenciam na escolha dos consumidores por uma marca de moda sustentável são:
- Tecido de qualidade (31,1%);
- Origem dos materiais (18,6%);
- Forma de produção (12,4%);
- Apoio a causas sociais e ambientais (11,2%)
- Práticas de reciclagem e logística reversa (4,3%).
Logística mais sustentável
Ter uma logística sustentável significa adotar práticas de transporte, expedição, gestão de resíduos e logística reversa que reduzem o impacto ambiental da empresa. No slow fashion, as marcas adotam estratégias de redução de desperdício, como a doação de roupas não vendidas, o incentivo ao repasse de peças usadas e o gerenciamento de devoluções.
Com isso, há menos perdas durante o processo e mais oportunidades de negócio.
Como adotar o slow fashion em negócios de moda?
Gostou da tendência de slow fashion e quer adotar na sua empresa? Confira algumas dicas para utilizar esse modelo:
1. Utilize materiais sustentáveis
Na confecção de roupas slow fashion, é fundamental produzir as peças a partir de materiais sustentáveis. A dica é priorizar fibras naturais, como algodão, cânhamo, linho, lã e seda, que são mais duráveis e ecológicas.
O ideal é que nenhuma peça tenha mais de 20% de poliéster em sua composição. Ainda é possível utilizar algodão e lã reciclados, couros vegetais e corantes extraídos de plantas.
2. Valorize a produção local
Como vimos, a produção local é um ponto-chave do slow fashion. Isso significa priorizar artesãos e designers da sua região, além de utilizar um modelo produtivo artesanal ou semi-industrial.
Outra dica é escolher fornecedores locais com práticas sustentáveis. Assim, você fortalece toda a cadeia produtiva ao seu redor.
3. Produza em pequena escala
Ao adotar o slow fashion, é preciso reduzir a escala da produção e adotar modelos sob demanda ou em lotes pequenos. Dessa forma, a empresa evita estoques em excesso e atribui mais exclusividade às peças.
4. Reduza seus impactos ambientais
A moda slow está sempre buscando formas eficientes e criativas de reduzir seu impacto ambiental. Para reduzir o consumo de água e energia, por exemplo, você pode:
- Utilizar tecidos provenientes de materiais que exigem menos água, como linho e cânhamo;
- Utilizar processos de tingimento ecológicos, como técnicas a seco;
- Implementar sistemas de captação e reaproveitamento de água;
- Utilizar fontes de energia limpas, como energia eólica e solar.
Outro ponto de atenção é o transporte, que é o maior responsável pela geração de gases de efeito estufa. No slow fashion, as marcas adotam soluções de transporte sustentável, como o uso de bicicletas e veículos elétricos.
5. Adote a economia circular
A economia circular propõe um ciclo sustentável em que as roupas são reaproveitadas. Para adotar esse conceito na sua empresa, você pode criar um sistema de recompra ou troca de roupas, do tipo “traga sua peça antiga e ganhe desconto em uma nova”.
Dessa forma, as peças usadas podem ser transformadas em novas peças no processo de upcycling. Lembrando que, na moda, a customização de itens usados faz sucesso.
6. Gerencie seus resíduos corretamente
Hoje, existem diversas empresas de logística reversa que destinam roupas sem condições de uso para a reciclagem correta. Então, em vez de jogar no lixo, procure por soluções ambientalmente conscientes para gerenciar seus resíduos.
7. Use o storytelling
Uma parte importante do slow fashion é criar uma conexão emocional entre o público e as peças produzidas. Para isso, você pode utilizar técnicas de storytelling, ou seja, contar histórias sobre seus produtos e agregar valor ao processo produtivo.
É importante que o consumidor saiba que a roupa adquirida foi feita com carinho e cuidado, passou pelas mãos de artesãos qualificados e terá uma vida útil longa. Dessa forma, cada peça tem seu valor único e impactos positivos para toda a sociedade e comunidade — muito além de uma simples vestimenta que será descartada em breve.
Exemplos de slow fashion no e-commerce
Agora que você conhece bem o conceito de slow fashion, separamos alguns exemplos de lojas virtuais que aplicam essa tendência na prática. Confira:
Andreza Chagas
Com o slogan “um bom jeans dura uma vida”, a loja virtual Andreza Chagas é um grande case de sucesso do slow fashion. A empresa vende jeans sustentáveis por meio da nossa plataforma para negócios em expansão, a Nuvemshop Next, e conquistou um ticket médio 250% maior do que a média do setor de moda.
Algumas das práticas de slow fashion adotadas pela Andreza Chagas são:
- Escolha de tecidos e lavanderias com certificações ambientais;
- Utilização de materiais biodegradáveis, inclusive no processo de tingimento;
- Redução e reuso da água utilizada na lavagem das peças;
- Mão de obra 100% formalizada e qualificada.
Lilo Beachwear
Mais uma loja virtual da Nuvemshop Next, a Lilo Beachwear faz sucesso na categoria de slow fashion em moda praia. Com peças feitas à mão, a loja promove práticas sustentáveis e valoriza cada peça como única em suas coleções.
Pina Beachwear
A loja virtual de moda praia Pina Beachwear, que vende pela Nuvemshop, produz peças no modelo slow fashion desde 2017. A empresa é formada por mãe e filhas, garantindo processos artesanais na confecção de todos os biquínis e maiôs.
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Entendeu o que é slow fashion e por que adotar essa tendência?
Esperamos que o nosso guia do slow fashion tenha inspirado você a empreender nesse segmento ou adotar essa tendência no seu negócio. Afinal, precisamos de mais marcas conscientes e sustentáveis para inovar no mercado e contribuir para um futuro melhor!
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- O que é slow fashion?
- O que é fast fashion?
- Quais são os impactos do modelo fast fashion?
- Qual é a diferença entre slow fashion e fast fashion?
- Qual é a origem do slow fashion?
- Vantagens do slow fashion
- Como adotar o slow fashion em negócios de moda?
- Exemplos de slow fashion no e-commerce
- Entendeu o que é slow fashion e por que adotar essa tendência?
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